PROGRAMA DE MEDIAÇÃO

SUPER GENIUS MAKERS

História Resumida de Reuven Feuerstein


         Professor e psicólogo judeu-israelense, criador da Teoria da modificabilidade cognitiva estrutural (MCE), estudou na Universidade de Genebra sob orientação de Jean Piaget, André Rey, Barbel Inhelder e Marguerite Loosli Uster. Ele foi o presidente do Centro Internacional pelo Desenvolvimento do Potencial de Aprendizagem (ICELP) em Jerusalém.

         Os conceitos de que a inteligência é plástica e modificável, e que a inteligência pode ser pensada, são centrais na Teoria da modificabilidade cognitiva estrutural. A inteligência pode ser desenvolvida em um ambiente de aprendizagem mediada criado a partir da teoria da Experiência da Aprendizagem Mediada.

         Depois de 50 anos de sucesso, documentados por mais de 1500 pesquisas científicas com várias populações, incluindo engenheiros da Motorola (EUA), estudantes carentes em comunidades rurais do Brasil (Bahia), imigrantes nãoalfabetizados (Etiópia), crianças autistas e com síndrome de Down (Jerusalém-Israel), estudantes do ensino médio com baixo aproveitamento em matemática (Cleveland, Ohio, EUA) e muitos outros grupos. Tem um neto portador da síndrome de Down que foi auxiliado por seus métodos e que apresentou bom desempenho na escola regular.

Feuerstein desenvolveu uma versão básica do PEI para uso com crianças e adolescentes com dificuldades cognitivas profundas. Projetos através do estado do Alasca (EUA), Grã-Bretanha, Itália, Índia e Japão tem sido desenvolvidos, explorando a aplicabilidade de novos instrumentos com jovens com dificuldades diversas de aprendizagem..

Mediador


Um mediador é uma pessoa que trabalha interagindo com o aprendiz estimulando suas funções cognitivas, organizando o pensamento e melhorando processos de aprendizagem.

Funções cognitivas:

Percepção, atenção, memória, linguagem e funções executivas. É a partir da relação entre todas estas funções que entendemos a grande maioria dos comportamentos, desde o mais simples até as situações de maior complexidade, e que exigem atividades cerebrais mais elaboradas.

A função executiva

A função executiva (também conhecida como controle cognitivo e sistema supervisor atencional) é um termo abrangente para a gestão (regulação, controle) dos processos cognitivos, incluindo memória de trabalho, raciocínio, flexibilidade de tarefas e resolução de problemas, bem como o planejamento e execução.

Teoria da modificabilidade cognitiva
estrutural (MCE)


A teoria da modificabilidade cognitiva estrutural (MCE), baseia-se na premissa de que existe um potencial de aprendizagem a ser desenvolvido por qualquer sujeito, independentemente de sua idade ou origem étnica ou cultural.

De acordo com Feuerstein, a maioria de nós apresenta uma série de "funções cognitivas deficientes", ou seja, nossos processos mentais raramente operam em um nível ótimo de funcionamento. A partir de uma avaliação adequada, e com o auxílio de instrumentos concretos de apoio psicopedagógico, a maioria dos indivíduos torna-se então capaz de desenvolver essas potencialidades.

CRITÉRIOS DE MEDIAÇÃO

Os doze critérios ou características de mediação conforme a Teoria da Modificabilidade Estrutural Cognitiva.

01. Mediação da intencionalidade e da reciprocidade;

O mediador precisa ter o objetivo de ensinar e, por meio de suas ações, garantir que o que está sendo ensinado realmente seja aprendido.
O mediado precisa querer aprender, portanto, a reciprocidade também deve ser um dos objetivos a serem conquistados pelo mediador

1 - Intencionalidade e Reciprocidade

Deve conquistar seus alunos para a vontade de aprender. Para isso, o mediador deve estar aberto às respostas do aluno, mesmo àquelas contrárias as suas expectativas
1 - Intencionalidade e Reciprocidade

Dicas

  • Estar bem preparado e organizadopara o trabalho proposto.
  • Estar atento ao movimento do grupo.
  • Envolver o aluno, convidá-lo a participar da construção dos conceitos, das estratégias, promovendo a coautoria. (fazer junto)
  • Fazer contato visual, encorajar a elaborar e responder questões.
  • Pergunta básica: ’’O quê eu pretendo que vocês façam com esta tarefa?

2 - Mediação do Significado

Mediar significado é opor-se de todas as formas possíveis à educação “bancária” que transmite informações ao invés de auxiliar o aluno na construção do conhecimento, que manda memorizar ao invés de compreender.
2 - Significado

Importância de checar sentidos

O que é óbvio para mim não é óbvio para o outro.
Pergunta básica:
"Que importância vocês atribuem ao que estão aprendendo?"

3 - Mediação da Transcendência

Transcendência: É a orientação consciente do mediador em ensinar olhando para o futuro, para outros contextos, para situações além do "aqui-e-agora".
3 - Transcendência

É preciso aprender a aprender

A mediação da transcendência é para auxiliar o aluno a desenvolver a metacognição (a capacidade do sujeito de pensar sobre sua própria forma de pensar."
3 - Transcendência

Elementos que influenciam

Oriente as ações do aluno para que retire da situação presente princípios gerais, ideias, relações universais, conclusões que podem ser referência para compreender, organizar e tomar decisões em situações futuras e diversas, não necessariamente parecidas com a atual.
Durantes as atividades, sempre pergunte:
• O quê foi mais difícil?
• Por quê foi difícil?
• O quê funcionou?
• Por quê funcionou?
• O quê isso nos ensina sobre esse raciocínio?
3 - Transcendência

Dicas

• Ao perguntar, não dê a palavra ao primeiro que levantar a mão.
• Ao ouvir, dê atenção, integre a fala do aluno a sua.
• Nunca complete frases ou pensamentos.
• Pergunte a outro aluno, o que foi que o primeiro falou.
• Admita o silêncio após sua pergunta.
3 - Transcendência

Refletindo...

Quando o mediador reage com frases do tipo: "excelente resposta", "muito bom", "Ótimo exemplo", etc.. está eliminado o que está por trás da resposta.

4 - Mediação do sentimento de competência

Sentir-se capaz de realizar uma tarefa difíficio é pré-requisito
para que o sujeito invista esforços para obter êxito.
Quando não se sente competente, ele desiste a priori.
4 - Sentimento de competência

A escola dever prover um ambiente de conquistas

Feuerstein diz que a escola deve prover à criança oportunidades de conquistas reais, dentro de suas capacidades, para que ela desenvolva um sentimento positivo em relação a si mesma.
4 - Sentimento de competência

Elementos que influenciam

Fazer o controle de fluxo o tempo todo.
Regule a atividades de acordo com a habilidade, se está muito difícil, facilite, no contrário desafie.

Comentário base:
Esta resposta foi muito boa, você me surpreendeu!
4 - Sentimento de competência

Dicas

Forneça tarefas adequadas, ofereça conteúdos em pequena quantidade e proponha desafios.
4 - Sentimento de competência

Refletindo...

É preciso mostrar ao sujeito que o sucesso não vem da sorte ou da facilidade da tarefa, mas sim de sua competência...

5 - Mediação do controle de comportamento

Feuerstein propõe a existência de dois polos no comportamento: a inibição – em que o sujeito permanece sem ação, fica “estacado”, parado ante a necessidade da ação e o oposto - a iniciação do comportamento – em que o sujeito começa a atividade, a realizar a ação sem que haja qualquer tipo de reflexão, ou de planejamento..
5 - Controle de comportamento

É necessário que o sujeito desenvolva sua capacidade de adequar-se!

Mediar a regulação do comportamento cria no indivíduo a flexibilidade e plasticidade. Que por sua vez vão gerar autonomia no momento de tomada de decisão.

Pergunta Básica:
Vocês pensaram bem antes de responderem?
5 - Controle de comportamento

O Verdadeiro mestre, não desiste de seus aprendizes!

"Escolha o que pode dar certo e faça tudo para isso acontecer. É o otimissmo ativo. O otimismo passivo, em que se espera tudo dar certo, mas não se faz nada para que isso ocorra, nãoé bom para a educação."
Reuven Feuerstein

6- Mediação do comportamento de compartilhar

O comportamento de compartilhar conduz o indivíduo para fora do seu mundo egoístico e, por outro lado, permite também que os outros participem da sua forma de pensar e de agir.
6- Mediação do comportamento de compartilhar

Envolve a escuta atenta do ponto de vista dos outros

Perguntas Base:
Você se ajudaram?
Algum colega teve dificuldade?
Como foi o compartilhamento?

7- Mediação da individuação e diferenciação psicológica

o professor, consciente de sua responsabilidade na interação com seus alunos, poderá intencionalmente valorizar as diferenças individuais como características necessárias para que cada um construa saudavelmente seu processo de individuação. Os que têm dificuldades não devem ficar isolados sem ajuda e nem os considerados “acima da média” ficarem sem desafios, novas tarefas adicionais.
7- Mediação da individuação e diferenciação psicológica

Todos os seres humanos são diferentes!

Perguntas Base:
Porque sua resposta foi diferente e mesmo assim adequada?
Qual a diferença entre a sua resposta a do seu colega?

08 - Mediação da busca, planejamento e alcance dos objetivos

Feuerstein afirma que as crianças que não desenvolvem esse comportamento de busca, estabelecimento e conquista de objetivos acabam por viver à procura da gratificação imediata, sem conseguir controlar sua impulsividade na busca pelo prazer.
08 - Mediação da busca, planejamento e alcance dos objetivos

O caminho para ensinar o significado da vida, está na possibilidade de mediar a busca de objetivos em ações menores, desde cedo.

Perguntas Base:
Como vocês planejaram a realização desta tarefa?
Que passos seguiram?

09 - Mediação do desafio - a busca por inovação

A escola deve promover situações em que os alunos se sintam desafiados na execução de suas tarefas. Se uma tarefa é difícil ou fácil demais, o aluno perde a vontade de executá-la.
09 - Mediação do desafio - a busca por inovação

Esteja atento para as dificuldades de cada um!

O mediador deve ajudar o mediado a superar a comodidade que o limita para o manter aberto ao que é novo, complexo, desconhecido, tomando isso como um desafio motivador.
Perguntas Base:
O que é novo nesta tarefa?
O achou difícil e como encarou?
Você gosta de desafios?

10 - Mediação da consciência da modificabilidade

Em geral, aceita-se a ideia da adaptação do indivíduo ao meio e às situações novas como fazendo parte da inteligência. Quando essa adaptação é estrutural, sistêmica e autoperpetuante, denomina-se "Modificabilidade". É essa a substituição proposta por Feuerstein: no lugar do conceito "Inteligência", tem-se "Modificabilidade". O novo conceito não traz implícita a ideia de limite, mas de movimento, de transformação e, portanto, de desenvolvimento.
10. Mediação da consciência da modificabilidade
Perguntas Base:
O que você consegue fazer hoje que não conseguia fazer no passado?
O quê você acha que se modificou dentro de você?
Que conquistas vocês está tendo?

Não queira o mundo todo hoje, mas sim uma conquista a cada dia para manter acesa a chama da emoção